VIII CONGRESSO LEONINO

Foi para mim um fim de semana diferente, afinal tratava-se de representar o Núcleo da Golegã no VIII Congresso Leonino.
Nunca tinha estado numa coisa destas, e também não tinha enviado em tempo útil recomendações a serem propostas ao congresso, pelo que o meu papel era apenas de assistir, tirar dúvidas e votar de acordo com a minha ideia, sempre com o pensamento na defesa dos interesses dos Núcleos e Sócios afastados de Lisboa.
O Congresso:
Enche-me a alma chegar ao CNEMA e ver as nossas cores a engalanar aqueles claustros, uma organização perfeita na acreditação dos delegados, as coberturas verdes nas cadeiras a darem a cor merecida ao espaço, e a acompanhar tudo isto em fundo passava o disco “Só eu Sei” da Juve Leo.
Aquele espaço cheirava a Alvalade em dia de jogo grande, afinal estávamos ali a jogar o futuro do Sporting, e é sempre enriquecedor poder trocar duas palavras com aquelas pessoas que apenas temos oportunidade de ver na televisão. De entre todos destaco apenas aquele que nesta altura, e quando todos os outros punham a conversa em dia estava na mesa da Assembleia a trabalhar (pelo menos eu via-o a escrever), e é aquele a que qualquer desportista mundial deve prestar homenagem pois trata-se do Sr. Professor Doutor Mário Moniz Pereira.
Das recomendações a congresso destaco aquelas que na minha opinião podem vir a ter influência na vidas dos Núcleos :
- A de se estudar a colocação de terminais de venda de bilhetes nos Núcleos.
- A de se acabar com o Sócio Correspondente, passando a ser efectivo com uma quota semelhante á que tem hoje se residir a mais de 100Km de Lisboa.
- A da isenção de quotas para os menores de 14 anos.
- A de se poder votar na sede dos Núcleos.
- A de obrigar a reuniões de esclarecimento na sede dos núcleos aquando da decisão de assuntos considerados fraccionantes para o clube.
Das restantes recomendações apresentadas a congresso, considero que todas as que tinham substância e foram devidamente explicadas tiveram a devida aprovação (afinal continuo a acreditar que todos ali estávamos para engrandecer o Sporting)
Gostaria apenas de referir uma coisa:
-Na secção onde estive houve uma participação bastante activa da grande maioria dos presentes, (obviamente existe nestas coisas uma altura em que se está apenas a discutir o sexo dos anjos) e uma das mais interventivas foi a de Sergio Abrantes Mendes, nessas intervenções nunca assisti a critica barata, mas apenas á tentativa de engrandecer o debate.
Reparei no entanto que no intervalo de Domingo, o mesmo Abrantes Mendes estava numa roda viva a dar entrevistas (que ainda não ouvi, e só acredito no que ouço ou vejo), mas que parece terem caído muito mal nos dirigentes do Sporting pois as palavras de Abrantes Mendes vinham na linha de que se estava a por em causa a democraticidade do congresso.

A minha opinião vale o que vale, mas o VIII Congresso Leonino foi um congresso LIVRE e DEMOCRÁTICO, e tenho a certeza que a serem adoptadas a maioria das recomendações apresentadas o SPORTING CLUBE DE PORTUGAL será muito maior.

Saudações Leoninas
Jaime Rosa

PEDRO SILVA É UM AMADOR

Isto é que é agressividade

Deixa-me desanuviar um pouco...

E SE LUCÍLIO TIVESSE FICADO CALADO?

Depois de ver escalpelizado o caso Lucílio Batista e especialmente após a sua triste entrevista à SIC, menos de 24 horas depois do jogo, fico ainda mais preocupado e revoltado com tudo o que aconteceu no sábado, consequência lógica, natural e tendencial do actual futebol português.

Volto a isto porque estou efectivamente desapontado, desiludido e revoltado com o actual estado de coisas e esta é a única forma que tenho de manifestar esses meus sentimentos.

Em primeiro lugar porque veio afinal o árbitro a público explicar o malfadado lance? Porque abriu a Comissão de Arbitragem da Liga este precedente? E se não abriu, porque contrariou o árbitro as suas indicações? E se na próxima jornada houver um erro similar? Virá o árbitro à TV explicar? Bem, trapalhada com trapalhada se tenta tapar...

Mas Lucílio Batista, "infeliz" no sábado continuou a ser "infeliz" no domingo. E porquê? Porque se tinha alguma coisa para explicar que fosse alguma coisa de jeito, fiável e "entendível", porque para dizer o que disse valia mais ter ficado em casa. Senão vejamos: (1) LB diz que o árbitro assistente nº1 lhe comunica que não vê o lance; (2) diz que o árbitro assistente nº2 lhe confirma que vê e é realmente penalti; (3) diz que ele próprio fica no campo com a certeza que é penalti; (4) diz que não se apercebe no campo da gravidade da "peitada" de Pedro Silva. E eu, peço desculpa ao Sr. Lucílio Batista, pai de família e eventualmente pessoa honrada, mas não acreditei em nada do que disse. Concretizando:

(1) o árbitro assistente 1 pela sua localização seria o único que poderia ver com clareza o lance - azar dos azares, não viu!;

(2) o árbitro assistente 2, como se mostra, seria o mais mal colocado para ver o lance e é, segundo LB, o que peremptoriamente afirma sem dúvidas ser penalti. Porquê?. Pela sequência das imagens acima, o tal assistente verá quando muito o número 5 nas costas de Pedro Silva...

(3) LB diz ter a certeza no campo que é penalti. Como pode ter a certeza e penalizar uma das equipas se não tem hipóteses de ver o lance, uma vez que no movimento de rotação e quando a bola contacta o corpo já o ângulo de visão do árbitro está necessariamente tapado pelo jogador do Sporting?

(4) Como pode LB dizer que não percebeu a gravidade da "peitada" de Pedro Silva, quando reagiu com a expressão que todos vimos (com razão, diga-se)?

Não acredito em Lucílio Batista pelo que acima demonstro. A entrevista foi pois tão ou mais infeliz e inoportuna, que o juízo do lance no sábado.

Quero acreditar que a pressão exercida antes do jogo, que o clima de desconforto dos árbitros por tantos e tão frequentes "lapsos", que o cenário de descrédito reforçado com o "apito dourado" e "caso do envelope", etc, etc, etc, sejam por si só razões para que LB tenha agido como agiu.

Ainda quero acreditar nisso.

FUTEBOL ESTÁ PODRE E METE NOJO

No passado sábado realizou-se a Final da Taça da Liga traduzindo-se em mais uma jornada de vergonha, que retrata no fundo o actual estado de coisas do futebol nacional e que deixa seguramente e tal como eu, todos os sportinguistas desapontados, desiludidos e conternados.

Quanto ao jogo muito pouco a dizer: equilibrado na primeira parte, geralmente mal jogado apesar de disputado; ascendente do Sporting na segunda parte, com o golo, o domínio e o controle do jogo e do adversário, até que Lucílio Batista decidiu voltar a equilibrar, inventando um penalti e expulsando injustamente o jogador Pedro Silva. Esta é infelizmente a síntese da final de uma prova oficial do calendário futebolístico português.

Eu sou daqueles, como já escrevi várias vezes, que entende a dificuldade dos árbitros e faço questão de lhes dar o benefício da dúvida sempre que os lances, pelas suas características o exigem. Mas em relação ao lance de sábado não vislumbro nenhuma circunstância que poderá ter induzido o árbitro em erro. Os braços do jogador junto ao corpo, o movimento de rotação com a bola a desviar a trajectória no peito, não pode levantar dúvidas nem ao árbitro nem ao fiscal de linha. Aliás e relativamente a este, há uma questão, após a triste entrevista de Lucílio Batista, que se levanta: é que alguém mente. Ou mentem Moutinho e Caneira que estão junto dele quando comunica ao árbitro o seu parecer e que lhes motiva reacções imediatas de contestação, que asseguram ter ouvido "não é penalti"; ou mente Lucílio Batista ao afirmar que a comunicação que recebeu não foi essa mas sim "não vi".

Voltando apenas uma semana atrás, vimos situações de mão na bola ou bola na mão no Sporting-Rio Ave. Recordemos as decisões. Comparemo-las com as de anteontem e recordemos a decisão. Não acredito em tantas coincidências e acho que o Sporting tem efectivamente razões que queixa para se sentir altamente prejudicado. Estes casos, jornada após jornada, os "apitos dourados" e "casos do envelope", as ilegalidades de escutas que ninguém desmente, tornam o futebol português numa imensa podridão lamentável que me mete nojo.

O Benfica venceu a Taça da Liga, após uma das mais tristes, afrontosas e ofensivas campanhas de que tenho memória, ao colocar em causa a dignidade e a honra dos jogadores adversários com a questão do doping. Lembro-me assim de repente de Hernâni (Benfica) e Nuno Assis (Benfica) terem sido acusados de utilização de doping. Também assim de repente, não me lembro de um único jogador do Sporting que o tenha sido. Luis Filipe Vieira, esse protótipo perfeito do dirigente desportivo nacional, pode agora olhar com orgulho para a vitrina do seu clube, onde verá a imponentemente exposta a Taça da Liga, que a sua equipa não fez por merecer e que lhe foi oferecida. Para esse auto-intitulado cavaleiro solitário na luta contra o tráfico de influências e corrupção no futebol, para esse auto-intitulado resistente a favor da verdade desportiva, chegou o prémio - a Taça da Liga que perverte tudo o que tem defendido e coloca tudo ao contrário.

O Sporting perdeu a final contra duas equipas caindo, como de resto é preocupantemente habitual, na marcação de penaltis. Mas caiu de pé, com o país desportivo a considerar a injustiça do desfecho, a manipulação do resultado pelo erro.

Ficamos outra vez com a vitória moral, vencida ainda assim pela imoralidade da verdade nua e crua de acontecimentos que continuam impunemente a inverter a verdade desportiva.

Lembremo-nos do castigo a Pedro Henriques que num lance na Luz que (alegadamente) prejudicou o Benfica, onde a bola bate efectiva e indiscutivelmente na mão de Miguel Vitor, para esperarmos agora para ver o que acontecerá a Lucílio Batista, aguardando com expectativa a intervenção do Presidente da Comissão de Arbitragem da Liga, Vitor Pereira, que nada conseguiu ainda trazer de novo a um dos maiores cancros do futebol nacional.

Se Deus quiser, cá estaremos todos para ver isso e muito mais.